Bonjour, bonjour! Comment allez-vous? Depois de quase perder a refeição por causa do sono, eis que minha velha amiga insônia decide me fazer companhia. Voilà, on se réveille. E, nesse post que escrevo do avião mas vocês só lerão daqui a alguns dias, tecerei meus comentários sobre o intensivo de francês que je viens de finir.
A imersão vale a pena? Para responder a essa pergunta é preciso fazer uma outra: qual é o seu objetivo? Acho que o ponto alto da imersão é a aquisição de vocabulário, o que em geral nem vem do curso, mas da vivência no novo país. Você acaba aprendendo vocabulário por osmose, sei lá… Mas o curso também ajudou, em especial o período em Montréal.
Começando do começo: o curso em Québec. No primeiro dia, tive de chegar mais cedo e fui colocada numa salinha com outros recém-chegados para fazer um teste de nível (pô, mas então porque diabos eu tinha feito um teste pela internet antes?) Também iam fazer a entrevista de novo, daí eu disse que já tinha feito e foram perguntar pra coordenadora que confirmou o que eu tinha dito. Bora pra aula. E foi aí que eu dei azar (ou talvez tenha sido sorte).
Quando eu finalmente, depois de anos estudando francês, sou classificada para o nível avançado, o que acontece? Le prof est malade. Resultado: em uma semana de aulas tive cinco professores diferentes. Não posso reclamar do conteúdo das aulas em si, acho que realmente eram de nível avançado e cheguei inclusive a estudar coisas inéditas para mim. Pra quem é obrigada a estudar pela milésima vez o discurso indireto toda vez que troca de escola, isso é fantástico. O problema é que a ênfase desta primeira semana foi na linguagem escrita, que é o que menos importa pra mim nesse momento, uma vez que já consegui os pontos de que precisava. Se eu estivesse prestes a fazer uma prova onde a redação era o essencial, teria achado tudo ótimo.
É preciso comentar a divisão das aulas, que era similar nas duas unidades, porém não idêntica: em Québec tínhamos a aulas de gramática no período da manhã. Devia ser baseada no livro Alter Ego 5, mas só um dos professores utilizou o livro. Esse é o motivo pelo qual eu não recomendo alugar ou comprar o material para cursos de menos de um mês. É preferível baixar o livro no Scribd ou acompanhar com um colega.
À tarde tínhamos uma aula de expressão oral (junto com os alunos do nível B2) que apesar de muito divertida, não sei se realmente ajudava a desenvolver a fala. Em geral eram joguinhos, teatrinhos. E eram sempre os mesmos alunos que se dispunham a falar. Mas falávamos alguma coisa, isso eu não posso negar. Por último tínhamos uma aula pra aprimorar uma competência específica (ao menos assim dizia o site da escola), mas apesar de eu ter dito na entrevista que gostaria fazer as aulas de conversação, fui colocada numa turma de “projeto especial”, que na minha opinião voltou a focar na redação. A sensação que tive é que tinha poucos alunos matriculados nessas aulas extras, então eles tentavam adaptar a aula pra atender todo mundo de uma vez…
O suporte em expressão oral que eu não tive nas aulas foi suprido pelos almoços com estrangeiros e pela convivência com a minha famille d’accueil, onde eu falava francês o tempo todo. Em Québec também é mais difícil ouvir ouvir outras línguas estrangeiras, a não ser que você esteja no centro histórico. E como este post já está gigante, conto sobre Montréal amanhã.