A volta dos mortos-vivos

Hi bonjour! Primeiramente preciso fazer um mea culpa. Há mais de três meses não passo por aqui e no último post ainda aguardávamos o atestado de antecedentes criminais do copain para finamente submeter a candidatura à imigração canadense. Muita água rolou desde então e eu precisei me afastar de tudo para recuperar um pouco de sanidade. Olhando pra trás, do momento em que me encontro agora, eu gostaria de ter sido menos ansiosa, de ter surtado menos e de… ter demorado mais. É, um bocado contraditório, não?

Os documentos, as traduções, as explicações, enfim, a minha vida no papel ficou pronta em 28 de março e, logo após apertar o botão de envio, recebi o famoso AOR (a vida dos aplicantes do Express Entry é recheada de siglas), que pra falar bem a verdade eu não sei exatamente o que abrevia. A carta tinha o numero da minha inscrição e um novo item foi criado no meu cadastro do MyCIC: Permanent Residency.

Após atingir este ponto começa de fato o processo análise do seu pedido de imigração e o site do CIC promete que o tempo médio de processamento é de até 6 meses. Todos os aplicantes, não importa exatamente por que linha seu ITA foi concedido (indicação de província, CEC e FSW, Inland e Outland). Na época de “vagas magras”, a primeira alteração de status costumava ocorrer duas semanas depois da AOR. Acontece que este ano, estão processando mais que o dobro de candidaturas e, a meu ver, isto já está impactando no tempo de emissão do visto de residente. Para vocês terem uma ideia, só tive a confirmação de que os exames médicos estavam ok mais de dois meses depois da AOR, no último dia 03 de junho.

Mas eu falei lá em cima que gostaria de ter demorado mais, não foi? E por quê? Bem, tudo o que li até o momento me dá a entender que terei que fazer o landing até um ano após a emissão do meu laudo médico, que foi concedido em 04 de março de 2017. Se fizermos de conta que o prazo médio de 6 meses será respeitado, eu terei que entrar o Canadá entre outubro deste ano e fevereiro no ano que vem. Outubro (e talvez até novembro) eu já deveria riscar da lista, pois se o ok dos exames médicos levou 2 meses, estou prevendo que o visto só deve sair mesmo em dezembro. Ou seja, tudo indica que eu terei que imigrar em pleno inverno.

Tem ainda um segundo porém do qual eu ainda não tratei aqui. Nos próximos meses o copain irá para Portugal por conta de uma oportunidade profissional – deve passar de uma  dois anos por lá. Já sabíamos disso desde antes do ITA e foi um dos motivadores para eu me candidatar sozinha, só que agora, com essa previsão de atraso, eu comecei a repensar os planos que tinha feito. E uma ideia besta está me fazendo reconsiderar o calendário: a possibilidade de fazer um Mestrado em Tradução trilíngue na terrinha. Minha documentação já está em análise da universidade e no início de julho fico sabendo se fui aprovada. Se isso acontecer, terei de dar conta de mais algumas reviravoltas, como ir primeiro a Portugal, transferir meu processo de imigração para a Embaixada do Canadá de lá, entrar em Ontário por dois meses para conseguir o cartão de residente e retornar à Europa para finalizar o curso. Enfim, é uma confusão que prefiro explicar se e somente se eu for aprovada (ou nem vale perder o tempo de pensar). Se eu tivesse feito meus exames médicos em maio, os problemas seriam bem menores…. rs

Tem gente que vai ler isso e achar que estou tentando atirar para todos os lados. Na verdade, a mira é mesmo no Canadá. Procurando por empregos na região de Ottawa vi várias vagas para tradutores francês-inglês, com e sem necessidade de registro na Ordem. O problema é que, além do custo do mestrado canadense ser alto, não há nenhuma opção que inclua o português como uma terceira língua, além de que costuma ser pré-requisito que o inglês ou o francês sejam língua materna. Aqui no Brasil essa opção também é inexistente e o legal do mestrado português é que, assim, como o canadense, tem um ano de teoria da tradução bem forte – fundamental para construir uma base que meu curso de licenciatura não me deu.

Por enquanto, continuo acompanhando o andamento da minha candidatura canadense. Assim que tiver novidades, dou um alô – mas, por enquanto, nem sinal de fumaça para a próxima fase.