E assim caminha a humanidade

Ao meu redor, as notícias não têm sido boas. É golpe, é impeachment, é corrupção e, agora, terrorismo. Dos três primeiros, eu achava que poderíamos nos safar simplesmente indo embora; já o último, é um dos mais maiores motivos por que ainda gosto de viver aqui.

De qualquer maneira, não foi das tragédias da vida que vim contar. Há alguns dias estou ensaiando este post, mas ele está mais difícil de parir que uma redação para o IELTS: quero contar mil coisas, não acho tempo para isso e, quando acho, me ponho a pensar se elas tem alguma relevância, seja pra mim ou para quem for.

Bom, na semana passada fiz a fatídica inscrição para o TEF pela bagatela de R$ 900,00 e uns quebrados. Eu tinha achado caro, mas aí resolvi dar uma olhadinha dos valores do TCFQ e, meu Deus, sempre foi tão caro assim ou tudo foi reajustado este ano? Bom, o TEF está pago, eu fiquei um pouco mais pobre e devo ficar ainda mais até o meio do ano.

A preparação para o TEF é outro ponto que vale a pena comentar aqui. As aulas particulares não preparam exatamente para o lado formal da coisa, quero dizer, a professora, quebeca, só ficou sabendo que o exame existia quando eu decidi estudar lá. Por outro lado, é uma situação ímpar para falar francês, e de conhecer a cultura canadense pelos olhos de um nativo. De qualquer maneira, pelo que andei pesquisando, as provas de expressão oral do TEF não são assim tão diferentes da do TCFQ. Tem a parte de pedir informações, fazer perguntas, etc, e a outro é meio estilo DALF, de fazer uma exposée sobre um assunto qualquer.

Paralelamente, termino mais um módulo da McGill na semana que vem, e estou bastante feliz. Continuei ali com meus desempenhos medíocres (ô, dificuldade pra sair do B+), mas sinto que incorporei um mondo novo de vocabulário e estrutura. Agora, o problema principal é escrever rápido e sem poder contar com a ajuda do dicionário. Ser´que eu alcanço o meu tão sonhado C1 em expressão escrita?

Para quem tem dúvidas sobre o WES, tive a confirmação de que o primeiro dos meus envelopes (aquele contendo meus diplomas) chegou são e salvo, após três semanas do envio por correio prioritário. Apesar do nome, esse tipo de envio não tem absolutamente nada de prioritário, é o que mais demora, mas é também o mais econômico. como não tínhamos pressa, foram todos dessa maneira e o envelope mais caro ficou em torno de R$ 13,00.  O mais ridículo é que apesar de eu ter colocado cada um deles no correio em dias diferentes, os dois primeiros saíram de SP para Toronto juntos. De acordo com o tracking do WES, um desses envelopes já chegou, só que pelo tracking dos correios, todos eles estão perdidos no limbo, pois desde que saíram para o Canadá, no dia 04, nunca mais houve atualização do paradeiro.

Finalmente, para quem está interessado na imigração como estudante, falo do CAQ num próximo post. 😉

 

 

Maquinações

 

Acho que meu cérebro fundiu.

Sempre tive tendência a pensar demais, imaginar demais, e a imigração não-consumada é um prato cheio para os meus devaneios. O problema é que estes tais devaneios tem me levada à práticas impulsivas e é meu bolso quem está sentindo as pancadas mais fortes. No momento, com a imigração para trabalhador qualificado do Québec suspensa, estamos levando adiante os planos B e C.

O plano B é a imigração via Express Entry, que num futuro ainda não iminente pode se transpor em três vertentes: imigração para qualquer lugar porque conseguimos mais de 450 pontos; imigração via Ontário, porque podemos vir a conseguir uma indicação da província dependendo dos resultados dos nossos testes de língua; e, por fim, imigração via New-Brunswick (que talvez devesse ser chamada de plano F, pois é a última possibilidade em que pensamos em investir, já que depende de uma visita presencial à província).

E o que fizemos de concreto até agora para imigrar pelo processo federal? Muito pouco. Pagamos a taxa do meu WES em fevereiro e anteontem conseguimos enviar o histórico que faltava para o Canadá. Nenhum dos documentos chegou ainda, pois optei pelo envio normal com registro, que pode levar até um mês para ser entregue no destino. Não consegui os documentos da pós-graduação porque a Uninove colocou todos os tipos de empecilhos possíveis, além de me dizer que teriam que mandar a minha solicitação para o jurídico deles antes de me responder se poderiam atendê-la… Acabei desistindo e pedindo só os documentos da UEL e da Unesp que (espero!) são suficientes para subir um nível nos pontos atribuídos pela formação acadêmica. E isso é tudo para o momento. Ainda não em inscrevi no TEF, nem mandamos a documentação do copain para a equivalência.

O plano C nasceu há dois dias, mais precisamente quando recebi minha carta de admissão condicional da Université du Québec à Trois Rivières (UQTR) – e foi quando percebi os primeiros sinais de derretimento do meu cérebro. Já contei aqui que me inscrevi para um certificado a distância e estava fazendo figas para atingir os 70% na prova de admissão  de francês-inglês que me dispensariam das disciplinas de “reforço”. Mas você não tinha tirado 855 no TFI? Que negócio é esse de reforço? Pois é, acontece que quando um estrangeiro cisma de fazer um curso de tradução em duas língua estrangeiras, ele precisa provar que conhece pelo menos uma delas como se fosse a sua língua materna  e, mon Dieu, eu tô loooooooonge de saber francês ou inglês como eu sei português. Pra mim, gaspiller é sinônimo de dépenser, e lixo é tudo igual, não importa se chamamos de déchet, ordure, detritus, ou sei lá eu que outra palavra o francês tem pra isso. Por conta desse tipo de minúcia que é indiferente para o dia-a-dia, mas essencial para um bom tradutor, tive que passar por mais um teste (específico para o curso de tradução) e minha admissão foi condicionada a aprovação numa disciplina de gramática e redação francesas.

Estudar não é um problema (esta aula também é a distância); o que está pegando de verdade é que as avaliações desta disciplina são presenciais . Elas até já tem data marcada (em outubro e dezembro deste ano) e eu tenho apenas duas opções: ou estou em Québec durante a disciplina toda ou viajo duas vezes para lá este ano só para fazer as provas. Também fiquei sabendo pela minha carta de admissão que não faz a menor diferença se meu curso é on-line: vou ter que providenciar CAQ e visto do mesmo jeito (olha o dinheiro indo embora) e aí eu tive um clique (ainda não descobri se foi a lampadinha da minha cabeça acendendo ou apagando de vez): por que não imigrar como estudante internacional? O que me fazia excluir essa possibilidade eram os preços astronômicos dos cursos para estrangeiros, mas este vai continuar custando a mesma coisa, seja aqui em São Paulo, seja lá em Québec. Por que não?

Já encontrei mil motivos pra começar a arrumar as malas (como se ainda não tivesse mil trâmites burocráticos para alcançar o visto de estudante) e outros 10 mil para esquecer a ideia de vez. O copain tenta ser racional (basicamente se perguntando se temos dinheiro suficiente para um ano sem poder contar com os benefícios do residente permanente) e a verdade é que nenhum de nós dois sabe bem o que fazer. Alguém sabe se é fácil conseguir o visto de trabalho para o cônjuge depois que a gente já tem o visto de estudante?

Diante de tantas dúvidas (e mais algumas que nem valem a pena ser comentadas), resolvi me dar um prazo até o início de abril para pensar direito no assunto. Entre as possibilidades a serem exploradas: adiar o ingresso na faculdade para a sessão de inverno (que só começa em 2017); ingressar na sessão de outono, viajar para fazer as provas e continuar no Brasil até ter certeza de que fui aprovada; desistir do curso e esperar os outras modalidades de imigração “frutificarem”…

E agora acho que vou abrir a porta do freezer e passar uns minutos na frente da geladeira pra ver se meus miolos solidificam outra vez…

 

Back to school

Há cerca de um ano, eu estava tentado estudar inglês sozinha, pois faria o IELTS General Practice em poucos dias. Foram os primeiros quatro pontos do nosso dossier de imigração para o Québec, com uma média geral 7.0, mas com um desempenho “meia-boca” nas notas que mais interessavam (Speaking: 6.0; Listening: 7.5; Reading: 7.0 e Writing: 6.5 ). Com a perspectiva de ingressar no curso de tradução Francês-Inglês da UQTR e a possibilidade de trocar o processo do Québec pelo Express Entry, decidi voltar à sala de aula, já que sei que não tenho disciplina suficiente para me aprimorar sozinha.

Depois de pensar vem no queria, decidi não fazer um curso regular, mas me dedicar às competências em que meu desempenho foi mais fraco. Para termos chance de imigrar pelo EE, eu não posso ter nenhuma nota abaixo de 7.0, já que é a combinação de formação acadêmica e experiência profissional mais nível avançado numa das línguas oficiais canadenses que nos coloca acima dos 400 pontos necessários para receber um convite de qualquer província.

E eu não podia obter esse raio desse nível avançado em língua francesa? Podia e posso, e a bem da verdade, essa é minha primeira intenção. Por isso continuo estudando francês (comecei aulas particulares na École Québec, voltei ao curso de français écrit da McGill e estou dando aulas de nível débutant para alguns colegas de trabalho) e se progredir só mais um pouquinho, acho que consigo obter notas equivalentes ao C1 no TEF de maio. Só que, combinando essa “supernota” com o meu resultado atual do IELTS, o máximo que conseguiremos é ficar dependentes de uma indicação provincial (que poderia vir de Ontario ou de New Brunswick) e esta não é uma opção nem certa nem barata. Com nível avançado nas duas línguas, podemos chegar aos 450 pontos

Por conta disto, iniciei esta semana dois cursos na Cultura Inglesa, pensando em um novo IELTS no final de julho. O primeiro curso é específico para desenvolver a competência de expressão escrita; o segundo, para ficar à l’aise na expressão oral. As primeiras impressões sobre são boas, em especial no curso de redação. O curso de expressão oral me decepcionou um pouco no sentido de que eu achei que as aulas seriam mais voltadas para passar numa prova e ela é mesmo para que as pessoas pratiquem o inglês.

Mas a minha preocupação maior é com o tanto que a língua francesa invade naturalmente a minha fala. Toda vez que me falta uma palavra ela vem em francês e aí eu hesito, titubeio, pauso: enfim, já estou antevendo outro desastre… E agora eu simplesmente não posso me dar ao luxo de esquecer temporariamente o francês, já que o TEF acontece antes do IELTS. God bless us all!