Eu devo estar de TPM ou então o encerramento da primeira etapa de inscrições do processo me afetou mais do que eu pensava. Ou talvez eu simplesmente não estivesse bem preparada para a prova de hoje. Ou podem ser as noites mal-dormidas da última semana que finalmente me colocaram em modo econômico. Ou pode ser tudo isso junto. A única coisa de que tenho certeza é que, de todas as provas de francês que fiz este ano, o DALF foi definitivamente a pior. E o DELF vem logo na sequência.
Comecemos pelo DALF. Não é uma questão de nível exigido nem de provavelmente ter tirado uma nota ruim, até porque ainda não sei meu resultado. O problema é a prova mesmo. Quatro loooooooooooooooooooongas horas de prova. Um listening ridículo de tão difícil e não porque não fosse possível entender o que era falado: isso até seria fácil se eu não estivesse ocupada em ESCREVER a resposta da pergunta anterior enquanto ele falava a resposta de seguinte (a verdade é que eu não sei tomar notas de discurso nem em português, imagina em francês…). A prova de leitura falava do abandono da escrita manual em função do teclado e, ironicamente, eu senti que esse hábito está realmente em desuso quando fiz uma bolha no dedo após quatro páginas de redação. Sim, porque são DUAS redações: uma synthèse e uma essai argumentative. Quando dá a segunda hora de prova vc já tá querendo rasgar tudo, levantar da cadeira e ir embora porque tá cheio de coisas mais importantes pra fazer na vida…
Como se não bastasse a experiência de ontem, hoje eu estava lá, pontualmente, para fazer a prova do B2. Dessa vez seriam APENAS duas horas e meia de prova. E por algum motivo que eu não consegui entender direito, a prova de leitura de hoje pareceu muito mais comprida que a de ontem. Tenho que reconhecer que a prova de compreensão oral foi mais tranquila (talvez porque nenhum celular tenha disparado a tocar como aconteceu ontem), mas esse negócio de ter que ouvir e escrever ao mesmo tempo nunca funcionou direito pra mim. A prova de redação foi chata e sem imaginação, porém simples: carta ao prefeito reclamando de alguma coisa que não funcionava na cidade em que eu morava.
Resumo prático que vale para as duas provas:
1) vc vai chegar na Aliança Francesa no horário marcado e subir com todos os outros alunos que se inscreveram para o exame até uma das salas de aula onde aplicam as provas do seu nível;
2) os lugares e salas não são marcadas, ou seja, vc pode escolher se sentar onde quiser (eu tenho preferencia pelos cantos do fundo da sala porque me ajuda na concentração);
3) o fiscal de sala vai passar conferindo RG de todo mundo, recolhendo a convocação e passando a lista de presença (isso demora um bocadinho, ou pelo menos demorou porque eu estava numa sala grande);
4) o fiscal vai entregar os cadernos de prova, que você deve assinar e conferir se está completo. Vc vai receber as três provas de uma vez, num único caderno e eles também dão folhas de rascunho;
5) em nenhum momento eles dizem a prova está começando agora, de forma que vi algumas pessoas folheando o cahier antes de a prova começar de verdade (não sei se pode ou não, só sei que não teve ninguém dizendo que era proibido);
6) o fiscal vai iniciar a prova com a compreensão oral. No caso do DELF B2 foram duas entrevistas, uma mais longa (que pudemos ouvir duas vezes) e uma mais curta (que só pudemos ouvir uma vez); no DALF C1, foram três documentos, o primeiro MUITO longo e os outros dois bem curtos (não me lembro se os dois do final foram repetidos, o primeiro foi);
7) a prova oral leva em média 30 minutos e assim que termina você está liberado para fazer as demais. Eu optei por fazer a prova de leitura antes da redação, pois sabia que era onde eu podia pontuar mais; com relação à redação eu estava focada apenas em garantir um 5/25;
8) na minha opinião, a prova de leitura do DALF foi mais tranquila que a do DELF. Isso porque havia apenas um texto de leitura longo, enquanto no DELF eram dois de tamanho médio;
9) par contre, na prova de redação do DALF a consigne era feita de dois textos médios e duas redações, enquanto no DELF a consigne tinha apenas 4 ou 5 linhas e uma carta a ser escrita;
10) na primeira redação do DALF você pode escrever NO MÁXIMO 240 palavras (eu escrevi 230), na segunda, tem que ser no NO MÍNIMO 240 (eu escrevi 380). O que me assustou foi que na folha de rosto dizia que a produção escrita era de aproximadamente 1000 palavras (se for isso mesmo, dancei, pois escrevi pouco mais de 500 no total). No DELF, a única redação tinha que ter no mínimo 220 palavras (escrevi cerca de 380).
11) as duas redações do DALF são baseadas nos mesmos textos, a diferença é que o primeiro tem que se mais curto e não pode exprimir a opinião; a o segundo falar o que vc pensa, ilustrando com casos pessoais sobre o tema dos textos, é justamente o que eles querem. Particularmente, acho totalmente desnecessário esse negócio da síntese (se a ideia é descobrir se sabemos escrever, um único texto melhor elaborado seria suficiente, não acham?), mas tenho que concordar que ela ajuda a organizar as idéias para o segundo texto. Usei bastante as folhas de rascunho para organizar minhas ideias mas não para rascunhar um texto. Há muito tempo aprendi que o melhor é escrever direto na folha de respostas, ou a gente corre o risco de não ter tempo de passar a limpo. O resultado disso é que não precisei usar as 2h30 dedicadas à redação no DALF, nem a hora completa do DELF. Diferente do TCF, em que não consegui terminar a prova no tempo previsto, aqui saí com pelo menos 30 minutos antes do prazo se esgotar nos dois dias. Só pra avisar, sou do tipo apressadinha: não tenho paciência pra ficar revisando depois não, assim, tenho certeza de que vou perder muitos pontos de ortografia.
O resultado sai em 15 de dezembro, mas os diplomas só devem chegar lá para fevereiro. O que significa que eu realmente não tinha como aproveitar o resultado do DALF para o mestrado neste semestre. Quem sabe no ano que vem, né?