Et voilà le CAQ

Estou enrolando este post há cerca de três dias pelo puro e simples fato de que minha cabeça anda nas nuvens – e aí fica absurdamente difícil escrever. De fato, imaginava que quando este dia chegasse eu estaria eufórica (e assim fiquei, pelo menos um pouco, confesso), sem conseguir pensar em mais nada. Mas a verdade é que a alegria desenfreada durou cerca de umas duas horas e depois foi se dissipando como se nada demais tivesse acontecido. Pois bem, mes amis, já tenho um CAQ.

Pô, mas um CAQ não é um CSQ. Não, não é. Mas é a minha “garantia” mais real de ir embora, já no ano que vem. Ainda que nós não consigamos entrar na cota dos trabalhadores qualificados de junho; ainda que minha nota do TEF não seja suficiente para aplicar pelo Entrée Express. Ainda que nada mais dê certo, eu ainda poderia ir como estudante. O problema está no singular.

Quando dei entrada no pedido do CAQ, em meio ao meu surto de “preciso ir embora daqui de qualquer jeito”, eu fiz o pedido apenas em meu nome, sem incluir o copain. Isso porque incluir o copain incluiria mais gastos (traduções, taxas, exames, vistos) que naquele momento eu não poderia cobrir. Lembrando que o surto foi meu, a aplicação foi minha, ele só ficou sabendo quando meus papéis estavam a caminho do Canadá. E não achou absolutamente nenhum problema porque ele tem certeza que tudo vai dar certo em junho. Alguém pode me explicar por que é que eu não tenho a mesma calma?

A respeito do CAQ, a única coisa que digo é que sejam pacientes. Entre abrir o meu pedido em março e a emissão do documento, foram dois meses. Isso porque optei por envio prioritário da documentação pelo Correios (que, como já expliquei, de prioritário não tem nada). Não mandei nenhuma documentação original a não ser os formulários do MIDI, nem mesmo a carta de admissão da UQTR (eu simplesmente imprimi o documento pdf que eles tinham me mandado e juntei aos outros documentos). Minha documentação chegou lá em meados de abril, mas a alteração no sistema confirmando o recebimento só aconteceu na semana passada. Dois dias depois recebi a lettre de décision que vocês podem ler abaixo:

 

“Objet : Avis favorable à votre demande de Certificat d’acceptation du Québec (CAQ) pour études

 

Madame,

Nous avons le plaisir de vous informer que le ministère de l’Immigration, de la Diversité et de l’Inclusion a transmis au Bureau canadien des visas de SAO PAULO (Accord No C000XXXXXXX) un avis favorable à votre demande de Certificat d’acceptation pour études pour la période du 2016-08-01 au 2017-08-31, pour le programme ou pour le niveau d’études Université-premier cycle.

Pour avoir l’autorisation d’étudier au Canada, vous devez, en plus de ce certificat, obtenir un permis d’études.

Si vous recevez cette lettre par voie électronique, votre certificat vous parviendra par courrier postal. Vous pouvez cependant présenter dès maintenant votre demande de permis d’études au Bureau canadien des visas en y joignant la présente lettre.

Ce bureau peut exiger tous les documents nécessaires à l’analyse de votre demande de permis d’études, notamment ceux qui concernent l’évaluation de votre capacité financière. Les formulaires à remplir ainsi que les modalités de présentation de la demande et de paiement des frais se trouvent sur le site de ce bureau, accessible à partir de l’adresse http://www.cic.gc.ca/francais/information/bureaux/demande-ou.asp.

Nous vous recommandons de conserver l’exemplaire de votre certificat qui porte la mention REQUÉRANT, car il pourrait vous être demandé par votre établissement d’enseignement au Québec.

Votre certificat demeure valide pour l’obtention de votre permis d’études dans le cas où votre admission serait reportée de la session d’automne à la session de l’hiver qui suit. Cependant, si vous reportez votre admission de la session d’hiver à une session ultérieure ou bien à l’année suivante, vous devrez obtenir un nouveau certificat, quelle que soit la date d’expiration de votre certificat actuel.

Lorsque vous aurez obtenu votre permis d’études, votre certificat demeurera valide même si vous changez d’établissement d’enseignement ou de programme d’études, pourvu qu’il s’agisse d’un programme de même durée, de même niveau ou de même cycle. Pour tout autre changement, vous devrez obtenir un nouveau certificat.

Enfin, si vous souhaitez prolonger votre séjour d’études au Québec, il vous faudra redemander un certificat d’acceptation et un permis d’études au moins trois mois avant la date d’expiration de ces documents.

Vous pouvez vous informer sur les possibilités de travail pour les étudiants étrangers et leur conjoint à http://www.cic.gc.ca/francais/etudier/travailler.asp.

Nous vous invitons à consulter notre site, à la page « Étudiants étrangers » : http://www.immigration-quebec.gouv.qc.ca/fr/immigrer-installer/etudiants/index.html. Au besoin, vous pouvez communiquer avec notre Centre de contacts clientèle au 514 864-9191 (pour la région de Montréal) ou au 1 877 864-9191 (sans frais, de partout ailleurs au Québec).

Avez-vous pensé à vous installer de façon permanente au Québec à la fin de vos études? Découvrez les possibilités qui s’offrent à vous en visitant le http://www.immigration-quebec.gouv.qc.ca/peq-etudiants.

Nous vous souhaitons du succès dans vos études et vous prions de recevoir, Madame, nos salutations distinguées.

 

Lyn Fleury

Directrice générale des opérations

 

  1. j. CAQ English copy available upon request”

 

Se eu quisesse, poderia dar entrada no pedido de visto de estudante com o documento pdf, mas já tenho duas coisas decididas. A primeira é não gasto com mais nada referente ao processo de imigração antes de 13 de junho; a segunda é que vou postergar o ingresso na UQTR para a sessão de inverno que começa em janeiro. Com isso, posso dar entrada no pedido de visto só lá pra agosto ou setembro, quando as outras opções já estiverem esgotadas. Na primeira sessão, farei apenas a disciplina preliminar de francês, aqui do Brasil mesmo. Se aprovada, mudo pra Québec, e abro o pedido de renovação do CAQ, desta vez para cursar o BAC, incluindo o copain.

E como aprendi por esses dias: A+!

Dernières nouvelles

Coucou, voltei!

Mas não voltei para ficar, não. Acontece que ontem eu passei pela minha ÚLTIMA prova de proficiência de francês e era melhor eu dividir a experiência logo antes que eu esqueça tudo o que aconteceu. O bom é que agora já posso desaprender a língua de Molière! Rs O TEF foi tranquilo e ocorreram algumas surpresas, mas, na minha opinião, foi um teste simples, talvez o mais fácil que fiz até agora.

A maioria das pessoas não está familiarizada com o TEF, afinal, quem tenta imigrar pelo Express Entry normalmente foca no IELTS e, quem quer ir para o Quebec, no TCF. Mas o TEF pode ser uma boa opção para quem quer testar todas as competências e, de quebra, aplicar por ambos os processos (principalmente agora que ninguém sabe exatamente quais serão os novos critérios de seleção do MIDI). O maior problema é que, aqui no Brasil, só existe uma modalidade de TEF, que a Aliança Francesa chama de Tout Public, e essa versão conta com CINCO provas. É isso mesmo CINCO. Além das quatro competências, você ainda tem uma prova de Gramática. A outra desvantagem é que o TEF só acontece três vezes ao ano e você não pode passar pelas provas optativas (redação e expressão oral) sem fazer também as obrigatórias (compreensão oral e escrita, mais gramática). Eu gastei quase R$ 1.000,00 na inscrição e como o preço é em euros, esse valor deve variar ao longo do ano.

Os pontos positivos começam com a prova toda sendo realizada em um único dia. As provas são rápidas, você não chega a ficar cansado. A convocação de apresentação foi marcada para as 8h30 e a primeira prova começou às 9h05. Tem umas burocracias extras, do tipo levar duas fotos 3×4, copia do RH/passaporte, ficha de inscrição original, etc. A primeira prova, composta de 50 testes é de compreensão escrita e ela é razoavelmente balanceada entre questões extremamente fáceis e outras de grande dificuldade. Há tempo para responder tudo sem desespero e eles deixam a gente sair da sala assim que termina. Pelo número de pessoas que estavam ali fora ao terminar o tempo, tenho certeza de que a prova não foi terrível.

Aqui, pausa pra fazer um alerta de uma mudança que prejudicou algumas pessoas. Se você verificar o manual do candidato do TEF existente até o mês passado, a atribuição de nota era feita da seguinte maneira: cada resposta correta dava 3 pontos, cada resposta errada tirava um ponto e se você deixasse em branco não ganhava ponto mas também não era descontado. Eu tinha feito as minhas contas e sabia que, para o meu objetivo, eu podia errar no máximo 6 questões e já tinha decidido arriscar. Mas teve gente que levou isso a sério e deixou várias questões em branco. Acontece que um dos candidatos decidiu confirmar isso com a professora que estava na sala e ela mostrou para ele o manual do aplicador que dizia que cada resposta correta valia um ponto e que as erradas não descontavam mais nada. Só que ela só falou isso pra ele, que estava sentado na carteira ao lado da minha, num tom de voz razoavelmente baixo, e a maioria não escutou. Daí, enquanto esperávamos para fazer a prova oral, esse assunto emergiu e posso dizer que teve gente que não ficou nada contente.

Continuando, na sequência da prova de compreensão escrita fizemos a de compreensão oral, que tinha 60 exercícios e cerca de 40 minutos de duração. Nos primeiros exercícios, os mais simples, o áudio é repetido duas vezes , lá pelo terceiro ou quarto, fica tudo mais difícil e os textos não tem repetição. Não posso dizer que foi assim tão difícil (achei o TFI muito pior), mas teve uns dois ou três momentos em que me perdi. Chute no duro só aconteceu uma vez, nos outros o que bateu mesmo foi dúvida entre uma resposta e outra.

Não sei se a prova de gramática precisa de comentários, já que ela não atribui ponto algum no processo de imigração. Achei bastante simples, mas como já disse antes aqui, tenho uma base sólida de gramática. De qualquer maneira, não ouvi ninguém reclamando.

A redação, ao contrário do que eu pensava, não foi um bicho de sete cabeças. Obviamente, o tempo é curto para dois textos, mas eles são curtos. O primeiro tem que ter apenas 80 palavras; o segundo, pelo menos 220. Eu não contei as palavras do segundo, mas isso porque eles só te dão uma página para colocar a redação definitiva, e, no meu caso, as linhas acabaram antes de eu concluir a última frase (porque eu rasurei um bocado de coisa antes). Não acho que escrevi uma redação digna de C1 (não estou sendo modesta), mas tenho que reconhecer que a prova foi a mais simples de todas. Na primeira consigne, deveríamos continuar um texto de jornal (dois aposentados que vão parar na China por engano) e escrever uma carta para um jornal dando sua opinião sobre a importância de disponibilizar bicicletas gratuitas nas cidades. Dava pra fazer melhor do que eu fiz, principalmente porque sai da sala antes de o tempo acabar.

Então fomos liberados para o almoço, devendo retornar à Aliança Francesa no período da tarde para o último exame. As provas orais são individuais e acontecem a cada 20 minutos. Cada candidato tem um horário pré-estabelecido e só precisa voltar à escola nesse momento, então você pode se programar para fazer aquela visitinha aos cartões postais do centro da cidade de São Paulo em vez de ficar roendo as unhas na sala de espera da Aliança. Eu tinha quase três horas de intervalo, então resolvi encarar a espera da Casa do Porco que fica a umas duas quadras do local de aplicação das provas. Hummmmm! 🙂

A prova oral é semelhante à do TCF, mas, assim como no DALF, conta com dois avaliadores. O material todo é gravado e analisado previdamente pela AF e, posteriormente a gravação é encaminhada para Paris onde o CIEP dará a nota definitiva. A primeira parte consiste em fazer perguntas sobre um tema que é dado na hora. No meu caso, me deram um anuncio de apartamentos para estudantes e eu tinha que ligar pra o lugar e fazer perguntas sobre o imóvel, etc. Na segunda parte, eu deveria convencer uma amiga a fazer parte de um projeto de horta comunitária. Como de costume, me dei melhor na segunda parte, mas acho que meu desempenho geral  foi pior que no TCFQ. Faltou variar um pouco o vocabulário e deu uma enroladas bonitas em alguns momentos, como “sustentabilité”, para dizer logo em seguida que eu sabia que aquela palavra não existia e ser corrigida pela entrevistadora: “développement durable”.

O resultado sai daqui a um mês, mais ou menos na mesma época em que o Mon Projet Québec reabre. Se ficarmos a ver navios, voltaremos a pensar no Express Entry, desta vez com todos os elementos em mãos.

Bisous et au revoir!